O endividamento das pessoas físicas no Brasil tem sido uma preocupação crescente, com impactos diretos na saúde financeira de milhões de brasileiros. De acordo com o último estudo do SPC Serasa, publicado em janeiro de 2023, o número de inadimplentes aumentou em 600 mil pessoas em comparação ao mês de dezembro de 2022. Esse cenário é preocupante, mas pode ser superado com a adoção de estratégias financeiras eficazes.
Cenário Atual do Endividamento no Brasil
O Brasil enfrenta um cenário de endividamento crescente, com 68,11 milhões de brasileiros inadimplentes em outubro de 2024, o que representa 41,23% da população adulta do país. Esse número é um aumento de 1,13% em comparação ao ano anterior, refletindo a difícil situação econômica vivida por muitas famílias. A faixa etária mais afetada é a dos 26 a 40 anos, seguida pela faixa de 41 a 60 anos. No estado do Rio de Janeiro, a inadimplência atinge 52,3% da população, o segundo maior índice do Brasil.
O cartão de crédito se mantém como a principal causa do endividamento, com parcelamentos que frequentemente apresentam juros altíssimos. Isso acaba criando um efeito “bola de neve”, tornando a dívida cada vez mais difícil de ser paga e gerando impactos emocionais, como ansiedade e depressão.
De acordo com o SPC Brasil e a CNDL, os dados mais recentes sobre inadimplência revelam que a situação continua preocupante. Eles indicam que a crise econômica e a alta taxa de juros contribuem significativamente para o aumento das dívidas pessoais no Brasil (SPC Brasil – CNDL).
Como Organizar Suas Finanças Pessoais?
É possível reverter essa situação por meio de um planejamento financeiro eficiente. Veja as estratégias que eu sempre recomendo:
1. Organize seu Orçamento (Faça um Raio X Financeiro)
O primeiro passo para controlar suas finanças pessoais é entender sua realidade financeira. Anote suas fontes de renda (fixa e variável) e todas as despesas do mês. Ao fazer isso, você saberá exatamente o quanto pode gastar e onde é possível cortar custos.
Dica: Utilize aplicativos de finanças, como Guiabolso ou Mobills, para ter um controle mais detalhado dos seus gastos.
2. Organize o pagamento das Dívidas
Ao se deparar com várias dívidas, a recomendação é adotar o método Snowball (bola de neve). Esse método consiste em pagar primeiro as dívidas menores, para que você as quite mais rapidamente e mantenha a motivação alta. Após saldar as dívidas menores, vá direcionando os recursos para as dívidas de maior valor.
Sempre digo aos meus clientes da mentoria financeira o seguinte: “Não foque nas dívidas, foque na solução, no aumento de receita.”. Acredito que tudo o que você foca, expande.
Dica: Converse com credores para tentar renegociar suas dívidas e obter melhores condições de pagamento, como juros mais baixos ou prazos mais longos.
3. Estabeleça um Limite de Gastos
Após organizar seu orçamento, defina um limite de gastos mensal. Isso ajuda a evitar compras impulsivas e mantém o controle sobre o seu fluxo de caixa. A recomendação é não gastar mais do que você ganha e criar um fundo de emergência para situações inesperadas.
Dica: Evite usar o cartão de crédito para compras que não sejam essenciais, especialmente em tempos de crise financeira.
4. Renda Extra para Acelerar a Quitação das Dívidas
Uma maneira de acelerar a quitação das dívidas é buscar formas de aumentar sua renda. Isso pode ser feito por meio de trabalhos freelancers, venda de produtos ou serviços, ou até mesmo aproveitando suas habilidades para gerar uma renda extra.
Dica: Plataformas como 99Freelas e Workana são ótimas para quem deseja começar a trabalhar como freelancer.
5. Comemore as Pequenas Conquistas
A caminhada rumo à saúde financeira é longa, mas é importante celebrar cada pequena vitória. Quitar uma dívida ou atingir uma meta de economia são conquistas importantes que merecem reconhecimento. Isso ajuda a manter a motivação e a confiança em seu planejamento.
Dica: Faça uma planilha ou use um aplicativo para monitorar seus progressos ao longo do tempo. Isso proporcionará uma visão clara do quanto você já alcançou.
Conclusão: A Relação Emocional com o Dinheiro
Entender que sua relação com o dinheiro é mais emocional e comportamental do que racional é crucial para o sucesso de qualquer planejamento financeiro, finanças é 80% comportamento e apenas 20% números. A educação financeira deve ser contínua, e estar ciente das suas crenças financeiras e impactos emocionais das finanças pode ajudar a tomar decisões mais conscientes.
Em tempos de endividamento crescente, como o atual, a organização financeira se torna uma ferramenta poderosa para restaurar a paz de espírito e garantir a estabilidade financeira. Se você está enfrentando dificuldades para controlar suas finanças, lembre-se de que não está sozinho — há muitos recursos e profissionais dispostos a ajudá-lo a sair dessa situação.
Para mais informações e dados sobre o cenário de endividamento, você pode consultar as fontes confiáveis, como o SPC Brasil, a Serasa Experian e o Banco Central do Brasil (Serasa Experian, Banco Central do Brasil).